As tendinites, embora antigamente fossem consideradas processos inflamatórios (daí o termo ite), atualmente são consideradas uma condição degenerativa do tendão. Isso porque, na análise microscópica, não são encontradas as características de uma inflamação, e sim uma desorganização das fibras. Sendo assim, as tendinites podem se iniciar como inflamações, mas quando não tratadas adequadamente se cronificam e se tornam dores crônicas devido à desorganização das fibras do tecido.
As mais comuns em corredores são a tendinite de Aquiles, que causa dores no tendão do tríceps (o músculo da batata da perna), que é esse tendão logo atrás do nosso calcanhar, e a tendinite patelar, que causa dores no tendão que liga o quadríceps (músculo da região da frente da coxa) à patela. Esses dois tendões, devido aos inúmeros passos que damos ao correr, se esticam e se encurtam muitas vezes.
O tendão é, de uma certa forma, um prolongamento do músculo. Porém, ele não tem fibras que podem se contrair, como o músculo tem. Por isso, quando o músculo se contrai, as duas pontas dele se aproximam. Os tendões, que estão fixos ao osso de um lado e fixo ao músculo de outro, têm então de se esticar.
Outra característica dos tendões é a de serem resistentes à tração axial. Ou seja, eles agüentam muito bem serem puxados como se estivessem se esticando. Porém, são pouco resistentes ao atrito, tal qual uma corda presa é pouco resistente a uma pedra sendo raspada. Esse fator evidencia a importância de um movimento e postura corretos. Caso isso não aconteça, o tendão pode acabar atritando com uma proeminência óssea com a qual ele, em condições de alinhamento e postura ideais, não teria contato.
Nos casos iniciais, geralmente a dor é sentida após a atividade, quando o corpo esfria, sendo que pode haver também a presença de edema (inchaço). Em casos mais graves, ela pode ser sentida mesmo durante a atividade.
Outro sintoma característico das tendinites são dores ao esforço do músculo cujo tendão está com lesão, ou seja, numa tendinite de Aquiles é a dor ao se contrair os músculos da panturrilha, como ao ficar na ponta dos pés, enquanto na tendinite do quadríceps é a dor ao esticar o joelho, como ao levantar da posição sentado ou chutar uma bola.
A dor é no tendão, que geralmente fica próximo à articulação. Assim, no caso da tendinite de Aquiles, você sentirá a dor na parte de baixo da perna, próximo ao calcanhar. Na tendinite de quadríceps, você poderá sentir dor logo embaixo da patela.
Na corrida, os músculos do tríceps e do quadríceps são constantemente exigidos, e isso favorece o aparecimento das tendinites. Especialmente porque, na corrida, a função desses músculos é predominantemente de controlar o movimento após apoiarmos o pé no solo. Ou seja, quando colocamos o pé no solo e nosso corpo deve se adaptar ao apoio no chão, as articulações do pé e do joelho tendem a se dobrar. Os músculos freiam esse dobrar, de forma que tenhamos controle e consigamos seguir com o movimento. Se eles não fizessem isso, cairíamos. Além de estarem se contraindo para frear o movimento, eles estão se esticando. Isso coloca ainda mais carga sobre o tendão.
Na corrida diversas vezes os tendões passam por esse ciclo. Se eles não estiverem adequadamente condicionados, as tendinites podem aparecer. Como podemos ver, o mesmo princípio sempre se aplica: a relação entre a sobrecarga imposta e a capacidade que temos de tolerá-la. Como mencionamos, o alinhamento do movimento e da postura também é muito importante.
Humm !! Legal o Blog e as informações. Já sou seu seguidor.
ResponderExcluirOi Silvano,
ResponderExcluirobrigado por participar. Fique à vontade para dar sugestões, comentários e críticas!
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Claudio